Palavras chave: forma diferencial, forma diferencial exata, gradiente, Henri Cartan, jacobiana, teorema da Divergência de Gauss (citação) teorema de Green teorema de Stokes (citação)

eu mesmo

O Teorema de Green

É o objetivo da lista 06. É um dos teoremas mais bonitos da história recente da Matemática, não vou refazer aqui a história que você pode encontrar em diversas páginas na Internet e @ aconselho a fazer esta busca, mas tente não se perder na riqueza de detalhes que você irá encontrar.
É possível que que alguém discorde de mim (coisa fácil), mas eu costumo dizer que Henri Cartan, que morreu há dois anos com 104 anos de idade, dedicou a sua vida a esclarecer o Teorema de Greeen e mais dois outros teoremas que representam o mesmo que este teorema com ligeiras diferenças na sua apresentação, o Teorema de Stokes e o Teorema da Divergência de Gauss.
Eles são uma formulação sofisticada do Teorema Fundamental do Cálculo Integral no sentido de que relacionam duas integrais, uma em dimensão n e a outra em dimensão n-1, analise esta fórmula que se encontra ao final da lista 06.
  1. O Teorema Fundamental do Cálculo "reduz" o cálculo da uma integral à variação da primitiva ao longo do intervalo o que é feito calculando os valores da primitiva na fronteira do intervalo que é um domínio de dimensão zero (dois pontos) ao passo que a integral da função é sua variação ao longo de um domínio de dimensão 1, um intervalo. Transforma assim uma integral sobre um domínio de dimensão 1 numa outra integral sobre um domínio de dimensão zero.
  2. O teorema de Green faz o mesmo, avalia a integral de uma função sobre um domínio do plano (dimensão 2) usando uma integral de linha (integral sobre um domínio de dimensão 1).
  3. É o mesmo que fazem os dois outrso teoremas, de Stokes e da divergência (de Gauss), apenas eles estão formulados sobre variedades que se encontram em espaços de dimensão maior.
    Eles são comumente apresentados em espaços de dimensão 3.
Você pode ver exatamente o que eu disse acima nesta página, ela inclusive começa com o Teorema Fundamental do Cálculo apresentado de maneira semelhante a que eu descrevi acima. Para deixar isto claro, que estes quatro teoremas representam praticamente a mesma coisa, Cartan (e muitos outros que colaboraram com ele) construiu uma teoria, a teoria da formas diferenciáveis.
P(x,y) dx + Q(x,y) dy
é uma forma diferenciável, 1-forma diferenciável que é a derivada de z = F(x,y) - notação da lista 06.
Como P(x,y) dx + Q(x,y) dy
é a derivada de
z = F(x,y),
se P = Fx; Q = Fy e você pode concluir que é assim apenas calculando a derivada implícita de z = F(x,y), então a integral desta forma diferencial exata (uma derivada, outro nome para a derivada) é zero como consequência direta do Teorema Fundamental do Cálculo:
F(p) - F(q); p = q;
os dois extremos iguais de uma curva fechada....
O Teorema de Schwartz-Clairaut garante que a integral dupla seja nula, porque como as derivadas mistas são iguais, então
Qx = Fyx = Fxy = Py
e assim o integrando na integral dupla
Qx - Py
é zero. É necessário apenas alguma vivência com Cálculo à duas variáveis para entender estes cálculos.
Na lista 06 eu tentei criar um método pedagógico para que se entenda este belo teorema e consegui apresentá-lo em sua forma trivial. Na próxima etapa, lista 07, eu vou mostrar as consequências de eliminar a "trivialidade" nesta formulação do Teorema de Green que irá abrir um leque significativo de aplicações. Entendido o Teorema de Green os dois outros teoremas mencionados acima vai ficar bem mais fáceis de serem compreendidos, e se eu tiver sucesso nesta empreitada estarei, com orgulho, participando com uma pequena contribuição, do projeto de Henri Cartan - ele sabia o que estava fazendo!

Comentando a lista 06

Vou agora comentar cada uma das questões da lista.

A primeira questão

O objetivo da primeira questão é habituá-l@ com o uso de integrais de linha, que é uma das expressões do Teorema de Green, é expressão que se encontra à direita na equação do teorema.
O objetivo aqui é bem simples: treinar o uso de uma parametrização de uma curva e aprender que o cálculo de uma integral sobre uma curva, a chamada integral de linha, se transforma numa integral do Cálculo I.

A segunda questão

Na segunda questão temos o cálculo de algumas integrais duplas. Treinar o uso do cálculo de integrais duplas quando o domínio não é um retângulo.
domínio limitado por gráficos de funções
Este gráfico aparece no começo da lista é usado como motivação para o cálculo das integrais na questão 02.
O domínio D é limitado pelo gráfico de duas funções f1, f2 definidas no mesmo intervalo [p,q] o que vai fazer com que a integral dupla iterada seja calculada com uma das integrais sobre o intervalo [p,q] e a outra sobre intervalos variáveis cujos limites são definidos pelos gráficos das duas funções f1, f2.

A questão 03

A questão 03 encontra motivação no gráfico
fronteira definida com gráficos de funções
em que o domínio D tanto pode ser visto como variando de f1 para f2 como de também de g1 para g2.
Nenhum dos dois tipos de domínio é dos mais "complicados" porém, se você se habituar com a dificuldade que estes dois tipos de domínio oferecem (ou melhor, com as facilidades que eles oferecem para descrever a variação no cálculo da integral), qualquer outro domínio mais "complicado" será fácil de entender. Na última questão eu vou usar um domínio mais complicado.
Os cálculos nesta questão vão nos preparar para entender a "demonstração" da forma trivial do Teorema de Green de que será objeto a próxima questão.

A questão 04 - finalmente o Teorema de Green

É, finalmente chegamos ao Teorema de Green.
Nesta questão, item por item, estamos fazendo as contas que vão nos levar ao item (e) em que aparece a fórmula do Teorema de Green.
É o caso trivial porque a forma diferencial P(x,y) dx + Q(x,y) dy é a derivada implicita de z=F(x,y) em que a função F é suposta ser uma função diferenciável. (P Q) é o gradiente de F, ou ainda, P, Q são as derivadas parciais de F.
Consequentemente F pode ser recuperada a partir de (P, Q) por integração (é a primitiva de (P,Q) ) de forma semelhante a que se faz no Cálculo I.
Neste caso, dados dois pontos P,Q no plano, calcular a integral de F desde P até Q não depende do caminho porque quando formos de P até Q e retornamos de Q até P, teremos um caminho fechado e sobre caminhos fechados a integral de P(x,y) dx + Q(x,y) dy é zero. É o caso trivial do Teorema de Green, quando ainda se diz que esta integral não depende do caminho, porque tomados dois caminhos diferentes eles definem uma curva fechada sobre a qual a integral será zero, a integral tem o mesmo valor, não importa por qual caminho se vá de P até Q.
É isto que caracteriza (ou é caraterizado por...) a derivada de F é (P,Q).

A última questão - 05

Nesta última questão você deve fazer várias aplicações do Teorema de Green calculando o valor de integrais duplas transformadas em integrais de linha sobre a fronteira do do domínio de integração.
Pelo menos uma delas o resultado é diferente de zero, portanto se trata do caso não trivial do Teorema de Green. Vou discutir melhor isto na próxima lista, porém aqui já estamos encontrando os casos em que as duas integrais na expressão do Teorema de Green, são iguais mas não precisam ser zero. Os itens (c) e (e) se completam... com uma diferença de sinal, e vamos discutir porque tem esta diferença de sinal, estes dois itens dão um exemplo do caso não trivial do Teorema de Green.
A diferença de sinal vem da orientação que for dada à curva fronteira do domínio. Uma curva pode ser percorrida de duas formas diferentes, quer dizer que há duas orientações para o cálculo da integral de linha e você aprendeu que quando se inverte o sentido domínio de integração, em Cálculo I, a integral troca de sinal.
É o caso aqui entre estes dois itens da questão 05. Os intens (c) e (e) da questão 05 usam este gráfico

Observe que é um retângulo do qual foi retirado um círculo, portanto é um domínio com um buraco no seu interior.
A fronteira deste domínio é formada de uma curva que não é conexa, é formada de dois ramos, a fronteira do losângulo e a fronteira do círculo que foi retirado do losângulo.
No item (e) você pode acompanhar e verificar se estão corretos os cálculos, da integral de linha em cima desta fronteira.
Aqui vou discutir "orientação" da fronteira, há duas. Numa das orientações o interior da região fica sendo apontada pelo vetor normal (aparece o desenho no gráfico). Se a orientação for invertida o vetor normal irá apontar para fora da região.
Um problema para o qual a fita de Moebius é um exemplo simples: nem toda curva fechada encerra o interior de uma região... e consequentemente existem superfícies que não podem ser orientadas: elas não tem nem interior e nem exterior. Vou voltar a discutir isto mais a frente.
Inicialmente vou deixar de lado a possibilidade de existirem superfícies sem orientação possível e vou discutir como orientar quando isto for possível. Vou usar um exemplo simples que você pode construir a partir da descrição que vou fazer e, embora simples, é bastante genérico. O vetor normal é um vetor unitário que é perpendicular à tangente,

e então é possível haver dois vetores normais, mas esta dubiedade desaparece em certos casos: Falei acima que esta dubiedade (do vetor normal) desaparece em certos casos.
Há regiões que não tem nem exterior e nem interior, um dos exemplos mais bonitos e simples é a fita de Moebius (o símbolo do IMPA) que pode ser construída em papel. Faça uma busca na internet para descobrir como... é uma superfície que não tem interior e nem exterior, e consequentemente fica difícil definir o vetor normal como eu fiz acima.
A escolha de orientação altera o sinal da integral, que é o objetivo na questão 05. Se uma região tiver interior existe então uma orientação natural para sua fronteira, é aquela em que o vetor normal aponta para o interior. Esta é a razão da escolha da orientação do círculo que é parte da fronteira da região considerada nos itens (c) e (e) da questão 05.

Solução do item e - questão 04

Embora estes cálculos sejam um caso particular, um domínio muito bem escolhido, convexo, vamos ver que nos casos mais gerais será possível decompor o domínio de integração em uma reunião de domínos convexos e somar os resultados. Então entender bem o que acontece neste caso é um primeiro passo para entender a demonstração geral deste belo e intrigante teorema.
Sim, o Teorema de Green foi "intrigante" por muito tempo até que uma teoria adequada o colocou com um item natural na sequência dos resultados envolvendo integrais múltiplas.
Durante muito tempo ele apenas era uma fórmula que servia para calcular diferenças de potenciais, ou melhor, defeito num potencial.
demonstração do Teorema de Greeen
  1. Na equação (1) estou explicitando que a integral, se existir, pode ser calculada em qualquer ordem, primeiro relativamente a "x" ou, inversamente, começando com "y". Vou precisar desta propriedade logo na equação (2) para escolher uma forma melhor no cálculo da integral de Qx ou Py;
  2. Na equação (2) separei em duas integrais a diferença Qx - Py porque cada uma delas tem uma forma melhor para ser calculada. Como Qx é a derivada relativamente a "x" então é melhor calcular a integral dupla neste caso na ordem "dx dy" e reverter a ordem de integração para o caso Py;
  3. Nas equações (3) e (4) calculei as duas integrais - uma das integrais em cada caso...;
  4. Na equação (5) separei todos os integrandos, cada um numa integral, para que possamos melhor entender a ordem como a fronteira vai ser percorrida;
  5. A integral de Q na equação (6) corresponde a esta figura;

    a reversão dos limites de integração permite que a fronteira seja percorrida toda no mesmo sentido. A integral de P na equação (6) corresponde a esta figura;

    e o sinal diferente de P garante que a reversão dos limites de integração permita que a fronteira seja percorrida toda no mesmo sentido em que foi feito o percurso na integral anterior.
  6. Como a fronteira do domínio D é percorrida de forma "sincronizada" nas duas integrais, de P e de Q é possível escrever uma única integral na equação (7).
  7. Como eu não usei mais, em nenhum momento que alguma das integrais seja nula, então provei o Teorema de Green, a igualdade entre as duas integrais quando o domínio é convexo.
  8. Neste caso, quando o domínio for convexo, podemos ver a fronteira como a união de dois gráficos de funções definidas no mesmo intervalo, f1, f2 no intervalo [a,b] ou g1, g1 no intervalo [p,q].
Assim, a forma trivial do Teorema de Green vale no caso não trivial. Quando a integral de linha, no caminho fechado for diferente de zero, a integral dupla, sobre o domínio, terá o mesmo valor: as duas integrais tem sempre o mesmo valor.
O próximo passo será entender como fazer com domínios quaisquer. Esta é uma forma muito genérica de falar e a demonstração é muito complicada (apesar de que as contas sejam as mesmas) relativamente a um domínio qualquer. Mas eu vou poder mostrar que como se faz em domínios bastante complicados. Este vai ser o objetivo das aulas nesta semana que vem, e o texto será completado para servir de suporte ás aulas. Visite a página para ver a sequência!

Significados do Teorema de Green

Aquilo que se transformou

O teorema de Green tem diversas aplicações. No início de sua existência, ou talvez a sua existência tenha o que ver com a interpretação que agora vou dar, ele separava potências entre conservativos ou não conservativos.
É muito possível que tenha sido esta a motivação da descoberta do teorema por Georges Green que teve seus estudos muito influenciados pela Física e por campo eletro-magnéticos. O teorema de Green explica bem o comportamento destes campos, ou melhor, é essencial para cálculos com campos eletro-magnéticos.
Mas a expressão do teorema, como se encontra no item da questão 04 apenas faz desta fórmula uma expressão complicada, liga um campo vetorial (P,Q) às duas derivada parciais. A expressão trivial, quando (P,Q) é a derivada de F, também não ajuda muito a sua compreensão pelo fato mesmo de que é um caso trivial e aparentemente sem a menor importância.
Ora, é exatamente o caso trivial que é o importante embora não seja ele o predominante no mundo real... quando ele se refere a um campo conservativo e atendendo a um princípio central da Física - a conservação da energia. Embora a energia se conserve, não é isto que nós "observamos" no dia-a-dia! O princípio de Lavoisier parece muito longe da realidade: na natureza nada se cria e nada se perde, tudo se transforma.
A primeira observação que temos é que muito vive se perdendo e que a transformação é muito pequena e muito lenta para enfrentar o desperdício que fazemos....
Retornando ao Teorema de Green, ele mede o que se transformou de um potencial quando a integral não é zero. Esta é a grande importância do Teorema de Green para a Física.

A importância do caso trivial

É o caso trivial que é muito importante do ponto de vista teórico, para a Matemática, na verdade uma comparação entre os dois casos:
  1. Se (P,Q) satisfizer o caso trivial então (P,Q) = (Fx, Fy) é a derivada de um potencial. Neste caso dizemos que a integral de linha no teorema separa os campos vetoriais em dois tipos -
  2. Mas esta forma de ver é extremamente complicada! Como é que poderiamos provar que (P,Q) define integrais independente de caminhos? Na verdade é simples, mas depende de uma idea que não se explica sozinha.... basta calcular as derivadas parciais Py, Qx e verificar se são iguais. Ora esta explicação precisa de ver (P,Q) como um gradiente. Durante muito tempo os livros seguiram por este caminho talvez porque não entendessemos claramente o que acontecia. O conceito "integrais independentes de caminhos" era um tópico importante.
    É aqui que entra o trabalho a que já me referi de Henri Cartan, ele viu o Teorema de Green (e também o de Stokes e da divergência de Gauss) como um único resultado: Existem funções vetoriais (P,Q) que são derivadas; Existem funções vetoriais (P,Q) que não são derivadas;
Estes dois casos representam exatamente a mesma coisa, (P,Q) ser um gradiente ou a integral de linha de (P,Q) ser independe de caminhos. Mas isto não parecia claro.
É a outra aplicação do Teorema de Green!

A orientação de uma fronteira não conexa

Um dos problemas que vamos encontrar, nas aplicações do Teorema de Green, é a existência de domínios com buracos no seu interior.
Uma forma simples de mostrar que este problema não é uma invenção maquiavélica para tornar a disciplina difícil é a consideração de funções racionais, aquelas que são frações com polinômios no numerador e no denominador.
Estas funções servem para modelar, localmente, situações em que há presença de fontes de energia muito alta (uma conceito relativo....), por exemplo, dois buracos negros que a distãncia em que nos encontramos "parecem ser vizinhos". A função que serviria para modelar, localmente a gravidade nesta regão, teria no denominador uma função se anulando nos pontos geométricos em que ficam os buracos negros, com zeros duplos para seguir a lei da gravitação universal do quadrado da distância. Quando uma função tem um denominador com zero, estes se chamam "polos" em oposição ao nome "raizes" para os zeros do numerador.
Não vou estudar a astronomia desta questão, estou apenas usando o exemplo astronômico como motivação para a existência do problema.
O domínio desta função teria que ter estes pontos retirados. A Dois buracos negros figura ilustra de modo "plano" uma região do Universo em que haja dois buracos negros. A região está sendo representada por um grande retãngulo cuja fronteira está orientada positivamente: o vetor perpendicular (considerado com o ângulo positivo) aponta para o interior da região.
Qualquer cálculo envolvendo esta região tem que ser feito com a retirada de uma parte da região envolvendo os dois buracos negros, o que representei com dois círculos que envolvem os polos. Consequentemente o domínio dos cálculos que eu fizer é o retãngulo com estes dois discos retirados e assim a fronteira da região é uma curva formada de três pedaços - uma curva que não é conexa.

Desejo mostrar que tem um sentido físico, energético, que justifica a orientação escolhida. A Curvas de energia dentro do domínio próxima figura tem o objetivo de justificar a escolha da orientação.
Pense num flúido espesso disperso nesta região, e admita que há um movimento na fronteira, no sentido da orientação da mesma. Então este movimento na fronteira vai ocasionar um um sentido de movimentação para o flúido disperso na região e você pode ver a curva que uma partícula, no flúido, representada por uma das curvas fechadas que aparece na figura, e é tangente à fronteira, irá percorrer. O movimento desta particular deve encontrar um movimento coerente nas fronteiras internas que é o que mostra a figura.
Posso dizer que, atravez do movimento do flúido, eu induzi uma orientação nos três pedaços de que se compõe a fronteira, os dois círculos e o retângulo externo, a partir da orientação que eu dei ao retângulo.
Certamente, nesta questão do buraco negro uma orientação diferente deveria ser dada à fronteira dos dois círculos interno para obedecer a à Física do problema - a presença de dois grandes atratores de gravidade, neste caso a orientação seria a que mostra a próxima figura.Região com buracos negros - atratores de gravidade
Problemas deste tipo são estudados numa disciplina chamada sistemas dinâmicos que usa equações diferenciais como instrumento básico. Os círculos que aparecem dentro de D não fazem parte da fronteira. Este é um problema diferente dos descritos nas duas outras figuras. D é o retângulo retirados apenas dois pontos e qualquer "coisa" que entrar passar pelos dois círculos indicados "com pouca velocidade", será atraido violentamente para o ponto, buraco negro.
Se não entrar, terá sua rota alterada pela atração da gravidade.
Os dois círculos, na figura, estão apenas marcando a zona de risco...(de altíssima atração de gravidade).
Se você desenhar o vetor perpendicular em qualquer ponto das duas espirais que aparecem na figura, ele deve se encontrar numa reta que passa próximo de um dos buracos negros, indicando que é esta a direção sobre a qual atua a atração da gravidade.